Após a formalização da aliança política entre o ex-prefeito de Boquim, Eraldo de Andrade (sem partido), o deputado estadual Pato Maravilha (PL) e o grupo liderado por André Moura, presidente estadual do União Brasil — ambos aliados do governador Fábio Mitidieri (PSD) —, surgiu uma forte tendência de reaproximação entre Eraldo e o governo estadual. A expectativa é que tanto André quanto Pato atuem como pontes políticas para tentar viabilizar essa reaproximação entre Eraldo e Mitidieri.

Eraldo, que apoiou Mitidieri na eleição para o governo em 2022, rompeu com o governador no pleito municipal seguinte, adotando uma postura combativa e cheia de críticas. No entanto, parece ter percebido que o radicalismo político nem sempre é o melhor conselheiro. Diante de um cenário em que o senador Rogério Carvalho (PT) já deixou claro que não disputará novamente o governo, concentrando-se na tentativa de reeleição ao Senado, e com a provável inelegibilidade de Valmir de Francisquinho (PL), cresce a possibilidade de Eraldo voltar a integrar a base governista — desta vez, guiado pela articulação de André Moura.

Nos bastidores, comenta-se que o objetivo de Eraldo com essa movimentação é claro: fortalecer seu projeto de retornar à prefeitura de Boquim em 2028. Para isso, aposta na força eleitoral de Pato Maravilha no município e na proteção política oferecida por André Moura — conhecido por blindar seus aliados locais, mesmo quando estes desafiam interesses do próprio governo estadual em disputas municipais.

A estratégia de Fábio e André, ao que tudo indica, tem sido dividir forças em algumas cidades nas eleições municipais, para somar apoios nas eleições estaduais. É nesse jogo que Eraldo tenta se reposicionar. Ele teria notado que seria estratégico buscar essa reaproximação agora, durante a eleição estadual, como forma de reduzir as armas que o governador poderia utilizar contra sua candidatura em 2028 — anulando, inclusive, parte da força do atual prefeito de Boquim, Jackson do Mangue Grande. Para Eraldo, se o governador ao menos não o atrapalhar tanto, já seria uma grande ajuda.

Eraldo aposta que, com Mitidieri reeleito em 2026 e contando novamente com seu apoio, haverá menos motivos para que o governador entre com tanta força na eleição de Boquim em 2028. Afinal, na última disputa, Eraldo errou ao tentar provocar o governador, chegando a dizer que o "desmoralizaria em sua própria terra". Agora, ao que tudo indica, não pretende repetir o mesmo erro.